segunda-feira, 30 de julho de 2007

24º Concurso de Poesia
(actividade paralela à IX Festa do Teatro)
"TEMA LIVRE"
25 de Agosto 2007 – 23h00

REGULAMENTO
1 - O tema dos poemas a concurso é "LIVRE".
2 - Podem participar todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa e estrangeiros que dominem correctamente a língua portuguesa.
3 - É vedada a participação no concurso a familiares de membros do júri.
4 - Os concorrentes podem apresentar a concurso trabalhos dactilografados cujo tipo de rima, modalidade e aspecto gráfico, dependem exclusivamente da sua escolha.
5 - Cada concorrente pode concorrer com o máximo de dois poemas.
6 - Prazo e local de entrega dos trabalhos:
6.1 - A data limite para recepção dos trabalhos a concurso será as 24 horas de 24 Agosto 2007.
6.2 - O local de entrega dos trabalhos será o Elevens Coffee Bar – promotor do evento – sito na Rua Tenente Valadim, nº 11 (à Praça do Bocage) em Setúbal.
6.3 - Serão aceites trabalhos remetidos pelos Correios, desde que com carimbo dos CTT, até à data indicada no ponto 6.1 e por correio electrónico (elevens@sapo.pt).
7 - Condições de entrega dos trabalhos:
7.1 - Os trabalhos entregues em mão ou pelos CTT deverão vir em envelope fechado, identificado por pseudónimo.
7.2 - O envelope indicado no ponto anterior será acompanhado de um outro, também fechado, identificado por pseudónimo e que conterá a verdadeira identificação do autor, que constará de:- Nome completo- Telefone de contacto- Titulo do poema
8 - O júri será constituído por membros, escolhidos pelo promotor do evento e a divulgar na noite do concurso.
9 - Em caso de empate competirá ao presidente do júri o voto de desempate.
10 - Os trabalhos a concurso serão lidos pelos seus autores ou por quem estes indicarem, na noite do concurso e antes da divulgação dos resultados.
11 - Prémios:- Serão atribuídos certificados de participação a todos os concorrentes.- Serão atribuídos prémios aos três primeiros classificados.- Serão publicados em jornal local e divulgados em Blog (arco-poetico.blogspot.com), os três primeiros classificados.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Poema vencedor do concurso do 2º aniversário - Poesia no Elevens

Coisas do Inverno

Era uma tarde sombria de aspecto agonizante,
Vento norte, neve fria,
Tormentos p´ra um caminhante.
Eu passei naquela rua…
Não devia ter passado…
Não devia estar ali e nem sequer ter olhado!
Uma porta apodrecida de uma casa abandonada,
Uma mulher encolhida num sujo trapo enrolada…
Fui seguindo meu destino de branco atapetado,
Um branco alvo e tão frio, mas um branco imaculado.
Minhas pegadas ficaram marcadas naquela neve,
Meus sentidos se abalaram naquela visão tão breve…
Eu segui o meu caminho sobre a neve derramada
Imaginando o destino daquela mulher… Coitada!
Jogada naquela porta de uma casa já sem vida,
Daquela casa já morta com a porta apodrecida.
Pouco depois foi um grito que me travou a passada.
Um grito tão aflito…
Da mulher abandonada…
O que faço? – pensei eu
Eu… nada posso fazer!
Será que a ajuda do céu não acaba aquele sofrer?
Retornei sobre as pegadas que o meu destino marcara
E que a neve sussurrante de todo não apagara.
Olhei a mulher na porta, soluçando combalida,
E pensei que a vida é torta para quem não tem guarida.
Os olhos que me fitaram e me queimaram por dentro,
De lágrimas se transbordaram,
Num rosário de tormento…
Chorando desesperada, aquela pobre mulher,
Aquela pobre coitada… Sem saber o que fazer.
Enredada num tormento e num lamento sombrio
Jogou palavras ao vento:
- Meu bebé… Morreu de frio!


Autor: Carlos Matos

Poema vencedor do 23º Concurso de Poesia


Palavras

Há palavras…
Que nos transportam, como se fosse carroças.
Que nos tocam, como se tivessem dedos.
Que guardamos numa arca de segredos.

Há palavras…
Que não chegam, que se atrasam.
E olhamos o relógio ao esperá-las.

Há palavras…
Alegres, como palhaços de circo,
Passeando pelos lábios.
Sábias, como enciclopédias,
Mas aprisionadas nas masmorras das gargantas.

Há palavras…

Para as quais não há palavras.

Autor: Jorge Miguel Faria

Poema 2º Classificado

Não consigo dançar com as palavras

Não consigo dançar com as palavras
se lhes tentar dar rima e ritmo.
O ritmo da poesia é o seu,
é o das emoções que me flúem em vómitos,
em rodopios estonteantes.
Tenho a consciência como um corpo
todo suspenso na ponta do pé,
à beira da água.
Eu em equilíbrio e na falta dele.
Aquilo que sou pensante entontece,
devaneia-se, desvanece-se
e toda eu sou um cair, um tombar.
Já não sei se a minha poesia flúi de mim,
ou se me invade,
centrípeta,
bruta,
aguçada.
Toda ele é em mim e eu nela.
As palavras atropelam-me e eu caio nelas,
com elas,
sob
e sobre elas
e vamos vivendo assim
- tontas. Eu e a poesia.

Tenho a pele arrepiada!

Autor: Rute Machado

Poema 3º Classificado

Abre as mãos

Abre as mãos, deixa voar
O pássaro que há em ti,
Estende as asas,
A mil vidas a mil mortes,
Orienta os teus nortes,
Na bússola do teu viver.
Por vezes é predciso morrer!
Para ressurgir das cinzas,
Abrir-se à vida, não ter medo,
Procurar novos caminhos,
Viver várias estórias,
Com derrotas, ou vitórias,
Correr riscos? Que importa?
O que é forçoso!
É sentires a vida a despontar,
E o pássaro que há em ti,
Livremente… Poder voar!

Autor: Maria Elvira Pronto